Um poema de Giordano Bruno dos "Furores Heróicos"
« BENCH'Á TANTI MARTIR...»
Bem que a martírios tu me tens sujeito
... devo-te muito e te sou grato, Amor:
com nobre chaga me rasgaste o peito
e o coração me deste a um tal senhor,
de tão excelso e de tão vivo aspeito,
na terra imagem do divino autor,
Pense quem quer que é ímpio o meu destino,
se morro esp'rança e vivo desatino.
Contenta-me alta empresa;
e quando o fim clamado me escapara,
e em tanto arder minh´alma se gastara,
basta que seja nobremente acesa,
e que eu mais alto ascenda
e do número ignóbil me defenda.
« BENCH'Á TANTI MARTIR...»
Bem que a martírios tu me tens sujeito
... devo-te muito e te sou grato, Amor:
com nobre chaga me rasgaste o peito
e o coração me deste a um tal senhor,
de tão excelso e de tão vivo aspeito,
na terra imagem do divino autor,
Pense quem quer que é ímpio o meu destino,
se morro esp'rança e vivo desatino.
Contenta-me alta empresa;
e quando o fim clamado me escapara,
e em tanto arder minh´alma se gastara,
basta que seja nobremente acesa,
e que eu mais alto ascenda
e do número ignóbil me defenda.
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