Aqui ficam duas traduções de Manuel Bandeira de Emily Dickinson:
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade
Era depositado no carneiro contíguo.
Perguntou-me baixinho o que me matara:
- A beleza, respondi.
- A mim, a verdade – é a mesma coisa.
Somos irmãos.
E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversámos de jazigo a jazigo,
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.
Nunca vi um campo de urzes.
Também nunca vi o
mar.
No entanto sei a urze como é,
Posso a onda imaginar.
Nunca estive no Céu,
Nem vi Deus. Todavia
Conheço o sítio como se
Tivesse em mãos um guia.
BELEZA E VERDADE
Morri pela beleza, mas apenas
estavaAcomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade
Era depositado no carneiro contíguo.
Perguntou-me baixinho o que me matara:
- A beleza, respondi.
- A mim, a verdade – é a mesma coisa.
Somos irmãos.
E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversámos de jazigo a jazigo,
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.
NUNCA VI UM CAMPO DE URZES
Nunca vi um campo de urzes.
No entanto sei a urze como é,
Posso a onda imaginar.
Nunca estive no Céu,
Nem vi Deus. Todavia
Conheço o sítio como se
Tivesse em mãos um guia.