quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Balada de Sesimbra









Ao Rafael Monteiro
Balada de Sesimbra


Em Sesimbra me fiquei
A alma de si esquecida
E aquele antigo Rei
No meu ser fundo dormindo
Pretende que assim não é vida.

Aqui no extremo de tudo
A noite é bem mais comprida
E o antigo Rei está mudo
O antigo Rei já é nada
Nem sequer pretende a vida.

E o sol que corre no céu
Essa luz que é só por fora
Fecho os olhos, quem sou eu?
O Rei dormindo que é nada
Na noite que sou agora.

Curso divino do sol,
Trazê-lo p’ra dentro de mim
Ser por dentro um girassol
Aqui no extremo do mundo
Onde estou só porque sim.


António Telmo

terça-feira, 9 de dezembro de 2014