sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O ZEN NUM POEMA


SILÊNCIO E UM DEDO APONTANDO O CAMINHO - O ZEN NUM POEMA




Um mestre Zen compôs o seguinte poema para os seus discípulos:

“Quando curiosamente te perguntarem buscando saber o que é Aquilo,
Não deves afirmar ou negar nada,
Pois, o que quer que seja afirmado não é a verdade,
E o que quer que seja negado não é verdadeiro.
Como é que alguém poderá dizer com certeza o que Aquilo possa ser
Enquanto por si mesmo não tiver compreendido plenamente o que É?
E, após tê-lo compreendido,
Que palavra deve ser enviada
De uma região onde a carruagem da palavra
Não encontra um trilho por onde possa seguir?
Portanto, aos seus questionamentos
Oferece-lhes apenas o silêncio:
Silêncio e um dedo apontando o caminho.”

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Trilho do Castelo em Castro Laboreiro

Trilho do Castelo em Castro Laboreiro


Vamos recuar no tempo…mais precisamente até ao Séc. XIII, em plena Idade Média. Estamos no reinado de D. Dinis, o soberano que manda edificar um castelo. O local para a edificação deste monumento é estrategicamente escolhido, situado num morro com excelentes condições naturais de defesa, uma excelente bacia de visão para nos nossos “inimigos” espanhóis e possibilidades de bom abastecimento dada a proximidade às linhas de água.
Aspecto do caminho inicial
Chegada ao Castelo de Castro Laboreiro
Castelo de Castro Laboreiro
Castelo de Castro Laboreiro
Castelo de Castro Laboreiro

Muralhas do Castelo
Estamos perante um cenário de um filme épico…uma fortificação, uma paisagem envolvente fenomenal marcada pela robustez do granito, é só imaginarmos o filme que desejamos…mas falta saber o nome do local :) eu digo 😉 chama-se… Castro Laboreiro!
Paisagem envolvente
Esta pequena vila situa-se em plena Serra da Peneda, concelho de Melgaço, e apesar da sua dimensão reduzida, está recheada de património cultural e natural que pode e deve ser explorado.
Paisagem envolvente - Cascatas
O castelo, é sem duvida o principal chamariz desta terra, não só pela sua importância histórica, mas também pelo seu impacto visual. Existe um trilho pedestre que nos leva até este recanto ainda relativamente bem conservado, e apesar de ser um percurso de curta duração, acredita que quando o trilhares vais-te sentir numa outra dimensão temporal 😉
Ponte vernacular
Não percas a oportunidade…
  

Informações úteis

Como chegar
Quem vem pelo lado de Melgaço, apanha a EN 202 – direcção Castro Laboreiro. Os que viajam pelo lado mais interior, podem entrar pelo Gerês EN 308-1, entram em Espanha por Lóbios e seguem direcção de Entrimo e Castro Laboreiro está a cerca de 15 km.
Inicio / fim
Castro Laboreiro
Distância e duração
Aprox. 2km  / entre 1h 1h30h. O trilho não é homologado.
Dificuldade
Fácil.
O que visitar em Castro Laboreiro
Núcleo museológico, Igreja Matriz, Pelourinho, fornos comunitários e moinhos.
Onde dormir
Existe alguma oferta de alojamento em Castro Laboreiro.  

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Centum Cellas ou Torre de São Cornélio





Enquadramento
Rural, isolado e destacado numa zona planáltica, no sopé da vertente S. do Monte de Santo Antão *2, junto à ribeira do Colmeal; é visível a partir da EN 18 e localizam-se, a escassa distância, construções dissonantes recentes.

Descrição
Planta rectangular. Volume único, com ausência de cobertura, evoluindo em três pisos, com cerca de 12 metros de altura. Alçado NE. possui, no primeiro registo, três portas equidistantes, encimadas por quatro pequenas janelas quadrangulares, a que se segue linha horizontal de orifícios. No segundo registo, porta ladeada por duas janelas quadrangulares. No terceiro registo, três vãos sem lintel e umbrais irregulares, com diversos orifícios. Alçado SO. tem, no primeiro registo, três portas ou vãos equidistantes com lintel a altura desigual, encimadas por três vãos dispostos irregularmente. Um friso saliente, parcialmente interrompido, separa o segundo registo, com porta ladeada por duas janelas quadrangulares, a que se segue linha horizontal de oríficios. O terceiro registo é rasgado por três janelas equidistantes, tendo a central umbral de maior altura. Alçado SE. apresenta o primeiro registo estruturado em três panos com vestígios de pilastras, tendo três portas, duas das quais de composição irregular e dois pequenos vãos ao nível térreo. Friso saliente separa o segundo registo, com três portas e duas janelas quadrangulares e simétricas, a que se segue linha horizontal de oríficios. No terceiro registo, três vãos sem lintel e umbrais irregulares, apresentando diversos orifícios. Alçado NO. tem o primeiro registo estruturado em três panos com vestígios de pilastras, duas portas, uma das quais centrada e três vãos de configuração irregular. Um friso saliente separa o segundo registo, rasgado por três portas e duas janelas quadrangulares e simétricas, a que se segue linha horizontal de oríficios. No terceiro registo, três vãos sem lintel e umbrais irregulares, com diversos orifícios. Vãos de lintel recto sem moldura. INTERIOR forma espaço único, com cornija interna. O pavimento aproveita o afloramento rochoso. O edifício encontra-se ligado a um conjunto de compartimentos dos quais apenas subsistem as fundações. Observam-se duas alas paralelas ao lado maior do rectângulo, em cujo pavimento se identificam fragmentos de elementos construtivos de cantaria, nomeadamente um fragmento de frontão, assim como um conjunto de compartimentos ainda em escavação que parecem indiciar um conjunto de grandes dimensões com planta geral em U ou com pátio central.

Tipologia
Arquitectura militar, romana. Edifício de função indefinida, provavelmente integrado numa villa romana, de planta rectangular, de volume único, com 3 pisos. Vãos de lintel recto sem moldura. Composição dos alçados regular. Edifício integrado num conjunto arquitectónico de maiores dimensões. Apresenta algumas afinidades com a Torre de Almofala, Figueira de Castelo Rodrigo.

Características Particulares
Função indefinida. Aparelho isódomo constituído por silhares de grandes dimensões, existindo diferença de aparelho entre os pisos inferiores e o superior *4. Cornija interna. Enquadramento do edifício subsistente num conjunto arquitectónico ainda em escavação.

Observações
*1 - outras designações: Centum Cellae, Centum Celas ( estas últimas as mais correctas ), Centum Celli, Centum Caeles, Centcellas, Centum Coeli.
*2 - no Monte de Santo Antão existem vestígios de fortificações, tendo sido identificados no local achados da época romana.
*3 - funções atribuídas: praetorium de acampamento militar ( A. V. Rodrigues ), prisão ( J. Almeida ), estalagem - mansio fortificado devido à proximidade de via militar ( A. R. Belo ), templo ( V. Correia ), edifício residencial de villa atendendo à compartimentação interna do conjunto ( J. Alarcão ); possuía três pisos e 22 m. de altura; atendendo à linha de oríficios murários possuiria varanda corrida em todo o perímetro e existiria uma conduta de água construída em tijolo entre o edifício e a Ribeira de Colmeal, segundo informações locais prestadas a Aurélio Ricardo Belo.
*4 - esta diferença levou alguns historiadores a considerar a possibilidade de se tratar dum edifício do séc. 4 a.C., uma casa rica da Lusitânia Pré-Romana.
*5 - referente apenas ao edifício subsistente.
*6 - espólio confiado em 1962 a Fernando de Almeida.
*7 - espólio recolhido nas escavações dirigidas por Aurélio Ricardo Belo e depositados no Museu Francisco Tavares Proença Júnior ( Castelo Branco ): cerâmica comum; terra sigillata, cerâmica cinzenta fina polida, cerâmica pintada, numismas, fíbula zoomórfica, alfinete, pesos de tear, fragmentos de ossos incinerados e carvões; Francisco Tavares Proença Júnior terá identificado vestígios de exploração metalífera romana, de habitações e cemitério romanos.

(fonte: IHRU)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O homem que contempla - poema de Rainer Maria Rilke [1875-1926], in “O Livro das Imagens”, (tradução de Maria João Costa Pereira)



Vejo que as tempestades vêm aí
pelas árvores que, à medida que os dias se tomam mornos,
batem nas minhas janelas assustadas
e ouço as distâncias dizerem coisas
que não sei suportar sem um amigo,
que não posso amar sem uma irmã.
E a tempestade rodopia, e transforma tudo,
atravessa a floresta e o tempo
e tudo parece sem idade:
a paisagem, como um verso do saltério,
é pujança, ardor, eternidade.
Que pequeno é aquilo contra que lutamos,
como é imenso, o que contra nós luta;
se nos deixássemos, como fazem as coisas,
assaltar assim pela grande tempestade, —
chegaríamos longe e seríamos anónimos.
Triunfamos sobre o que é Pequeno
e o próprio êxito torna-nos pequenos.
Nem o Eterno nem o Extraordinário
serão derrotados por nós.
Este é o anjo que aparecia
aos lutadores do Antigo Testamento:
quando os nervos dos seus adversários
na luta ficavam tensos e como metal,
sentia-os ele debaixo dos seus dedos
como cordas tocando profundas melodias.
Aquele que venceu este anjo
que tantas vezes renunciou à luta,
esse caminha erecto, justificado,
e sai grande daquela dura mão
que, como se o esculpisse, se estreitou à sua volta.
Os triunfos já não o tentam.
O seu crescimento é: ser o profundamente vencido
por algo cada vez maior.



quinta-feira, 11 de junho de 2015

Händel


13 Variations on the Sarabande from
Keyboard Keyboard in D minor (HWV 437)

Archguitar: Peter Blanchette



quarta-feira, 8 de abril de 2015

«A velhice – ou a maturidade desce também sobre o mundo exterior. A rígida e transparente noite invernal, que desenha as silhuetas das casas num céu que espere a neve, tocava outrora o coração e abria um mundo de angústia heroica.

Com o tempo, não é necessário movermo-nos no mundo exterior para vivermos a angústia que ele provoca: basta um rápido aceno, saber que existe e existe em nós, e esperar um mundo inteiramente feito de vida interior, que adquiriu agora a novidade e a fecundidade da Natureza. A maturidade é também o seguinte: não procurar fora, mas deixar que fale, com o seu ritmo (que é o único que conta), a vida interior. Daqui em diante, o mundo exterior é material e pobre perante a inesperada e profunda autoridade das recordações. Também o nosso sangue e o nosso corpo amadureceram e ficaram impregnados de espiritualidade, de ritmo largo.

Renasce, como corolário, o antigo pensamento de que o génio é fecundidade ─ oitenta tragédias, vinte romances, trinta óperas, etc. porque o génio não é descobrir um tema exterior e dar-lhe um tratamento literário brilhante, mas conseguir finalmente possuir a nossa própria experiência, o nosso próprio corpo, as nossas próprias recordações, o nosso próprio ritmo ─  e exprimir, exprimir este ritmo, fora dos limites dos enredos, da matéria, na perene fecundidade de um pensamento que, por definição, não tem fundo.

A juventude não tem génio e não é fecunda.»


  
Cesare Pavese
o ofício de viver - diário (1935-1950)
trad. alfredo amorim
relógio d´água
2004



Judith Teixeira, finalmente!

Sinopse:

«Apesar de Fernando Pessoa ter declarado, em carta de 1924, que Judith Teixeira não tinha «lugar, abstrata e absolutamente falando», o facto é que conservou até à morte um exemplar da revista Europa por ela dirigida. Será então correto afirmar que as mulheres não tiveram qualquer lugar de protagonismo no momento de rutura e transgressão que foi o modernismo português? E, se o tiveram, porque é que foram esquecidas? Chegou a altura de reler Judith Teixeira sem preconceitos. Nascida tal como Pessoa em 1888, e contemporânea de Florbela Espanca, outra mulher a quem quiseram aplicar o rótulo de «poetisa», Judith Teixeira rompeu corajosamente com o padrão do silenciamento das mulheres no contexto do Portugal das années folles, para se tornar um sujeito ativo, que desvendou o corpo feminino sem pejo.
Esta nova edição traz a lume cerca de vinte poemas desconhecidos e uma conferência inédita, além de reunir as cinco obras de poesia e prosa que Judith Teixeira publicou em vida. No seu conjunto, o presente volume permite-nos situar devidamente esta escritora no lugar que lhe pertence por direito próprio, ou seja, em plena vanguarda modernista.»


Judith Teixeira (1888-1959) alcançou notoriedade em Março de 1923 no seguimento  da publicação da sua primeira coletânea de poesia, Decadência, quando foi alvo de uma polémica sobre a (i)moralidade da arte, a qual envolveu também António Botto e Raul Leal. Antes disso, Judith já havia publicado em vários jornais, sob o pseudónimo de Lena de Valois, e contribuído para a Contemporânea, conceituada revista modernista. Apesar do escândalo, publicou mais dois livros de poesia, Castelo de Sombras (1923) e Nua. Poemas de Bizâncio (1926), e duas novelas publicadas sob título de Satânia (1927). Caso altamente invulgar para uma mulher desse período, Judith foi diretora da revista  Europa em 1925 e escreveu uma palestra, intitulada De mim. Em que se explicam as minhas razões sobre a Vida, sobre a Estética, sobre a Moral  (1926), provavelmente o único manifesto artístico modernista de autoria feminina no início do século XX em Portugal. Morreu quase desconhecida e permaneceu injustamente expurgada da memória coletiva e da história literária até recentemente, seguramente por causa do subtexto lésbico presente em vários dos seus poemas.

domingo, 22 de março de 2015

Novo Doutor da Igreja - São Gregório de Narek



Francisco confirmou o título ao santo durante audiência com o prefeito da Congregação das Causas dos Santos
Da Redação, com Agência Ecclesia
O Papa Francisco vai proclamar como Doutor da Igreja São Gregório de Narek, místico armênio do fim do primeiro milênio conhecido por sua escrita e doutrina. A informação foi dada nesta, segunda-feira, 23, pelo Vaticano, após o encontro entre o Papa e o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, no sábado, 21.
Nascido em uma família de escritores, São Gregório de Narek (950-1005) é considerado o primeiro grande poeta armênio e um grande marco na literatura e reflexão cristã. Ele é autor, entre outras obras, do “Livro das Lamentações”, hoje traduzido em diversas línguas.
Por meio deste livro, o monge quis deixar às pessoas uma autêntica enciclopédia de oração, composta por 95 trechos, que deixam transparecer todo o potencial do autor em transformar emoções como o sofrimento ou a humildade em ofertas a Deus.
Para São Gregório de Narek, o principal objetivo da vida era a proximidade com Deus, pois só assim a humanidade poderia viver uma vida verdadeiramente plena. Uma aproximação que era possível não pelo conhecimento, mas sim através das emoções, defendia o místico.
Doutor da Igreja é um título concedido a um cristão – homem ou mulher – que se distinguiu por notório saber teológico em qualquer época da história. Os doutores da Igreja recebem tal título tendo em vista sua santidade, ortodoxia à fé e saber teológico, atestado por vários escritos.
Fonte:CN