terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A mensagem actualíssima de Léon Bloy - 2

Simples observação. Ninguém, mesmo entre os melhores cristãos, parece procurar Deus, ou mesmo, pensar nele. Vai-se para a mesa como cães, e para a cama como porcos. Impossível conseguir a menor atenção quande se fala de Deus."
 
"Penso frequentemente na afirmação de Ana Catarina Emmerich: "Não há mais cristãos no verdadeiro sentido da palavra".
 
"Os amigos de Jesus vêem à sua volta os cristãos modernos e é assim que podem conceber o inferno".
"Simão o Cirenaico ajuda Jesus a carregar a sua Cruz. Os cristãos modernos põem suas cruzes nas costas de Jesus".
"Tive muito frequentemente a ocasião de falar da tolice de nossos católicos, prodígio enorme, demonstrativo, por si só, da divindade de uma religião capaz de resistir-lhe".
 
"Tens perfeitamente razão de dizer que esse indivíduo jamais poderá me compreender. É um católico que permaneceu protestante - conheço o caso."
 
"Preocupam-se muito os russos com a comemoração de um centenário de 1912. A esse respeito, Raoux me escreve e me fala o grande Exército morto de frio. Respondo-lhe que o grande exército sem vitórias dos nossos católicos modernos morrerá, este ano talvez, do frio que está nele mesmo..."
 
"Há duas causas para este ostracismo de meus escritos no mundo católico: a extraordinária ininteligência dos cristãos modernos e sua profunda aversão do Belo. Entre uma página escrita com esplendor e uma outra página exprimindo as mesmas idéias chãmente, a escolha deles não é nunca duvidosa: vão, por instinto, à mediocridade. Tivestes mil ocasiões de ver isso e o vereis cada vez mais, pois o nível baixa todos os dias."
 
"O que se vê por toda a parte, e cada vez mais, é, por parte dos cristãos, o ateísmo prático, pelo menos na maior parte deles."
 
"Perguntais se esta guerra não esclareceu os católicos a meu respeito, se não pôs o clero a meus pés, etc. Eis a minha resposta. Nada poderá mudar esses católicos de que falais. A guerra, longe de esclarecê-los, aumenta sua cegueira e, mais do que nunca, sou seu pesadelo, tendo cometido o imperdoável crime de levar a sério a lei divina, de ser um católico absoluto - o único entre todos os que falam ou escrevem. Isso nunca me será perdoado. O castigo é fácil. Proibição de comprar meus livros, de lê-los e de deles falar. Sabe-se que o autor é pobre. Que vitória se se pudesse matá-lo pela miséria! A conspiração do silêncio. É uma imensa honra para mim ser tratado exatamente como Nossa Senhora da Salette, a quem é recomendado não dar a menor atenção. O efeito do castigo é, naturalmente, a miséria, sobretudo nos dias de hoje..."
 
"Os católicos desonram o seu Deus, como jamais os judeus e os mais fanáticos anticristãos foram capazes de o desonrar"
                                                                             LÉON BLOY
                                   

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